(…) Perto do terceiro trimestre contactei a Cristina Cardigo para saber de que forma deveria eu escolher uma Doula. Penso que de alguma forma estaria já a sentir que ela deveria ser a pessoa que eu iria querer a acompanhar-me e ao meu marido na fase final da gravidez e a ajudar-nos a sentir-nos preparados para o parto. As sessões que tivemos com ela foram focadas precisamente no trabalho de parto, os medos, expetativas, métodos de alívio da dor… À medida que íamos tendo estes momentos com a Cristina, aumentava a nossa convicção e a nossa confiança em nós mesmos para conduzir todo o processo com a maior das tranquilidades.
No geral os pontos centrais do nosso plano de parto passavam por fazer a maioria do Trabalho de Parto no conforto da nossa casa, chamando a Cristina para estar presente e apoiar durante esse período até que chegasse a hora de ir para o hospital, para o qual ela nos ajudaria a perceber qual seria o momento ideal. A partir das 35/36 semanas comecei a ter bastantes mais contrações diariamente. Tornou-se um hábito ir falando com a Cristina ao longo do dia por mensagens, apenas para dizer como me sentia ou para tirar alguma dúvida sobre alguma situação. Foi nesta fase que cada vez mais me fez sentido ter escolhido ter o acompanhamento de uma doula, pela tranquilidade que sentia em poder esclarecer dúvidas e perceber que as coisas que ia sentindo eram ou não normais, e acima de tudo em ajudar-me a manter-me focada e confiante nas minhas escolhas. A partir das 38 semanas era ela que diariamente me mandava mensagens a perguntar logo pela manhã como eu tinha passado a noite e como me sentia. A verdade era que me sentia muito especial de cada vez que recebia um contacto dela e pensava sempre o quão importante seria que todas as grávidas pudessem ser assim acompanhadas!
(…)
Deviam ser umas 8h30 quando a Cristina chegou. Eu estava às escuras no hall da casa e ela nem me dirigiu a palavra ao entrar. Quando a contração seguinte surgiu ela abriu os braços e eu imediatamente me atirei para ela e a abracei para poder descansar o corpo enquanto a contração vinha. Ela cheirava a alfazema e isso soube-me bem e acalmou-me muito.
Estivemos nisto durante mais três ou quatro contrações até que eu me senti a ficar com as pernas cansadas e fui para o quarto para me tentar deitar, mas as dores aumentaram logo de tal forma que nem sequer cheguei a tocar o corpo todo no colchão! Fiquei ali junto da cama nas contrações seguintes e foi aí que ela, que apenas devia estar em nossa casa há uns 15 ou 20 minutos, perguntou se tínhamos tudo pronto para sair de casa.
Neste momento caiu-me a ficha – estava mesmo próximo.
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Vera Santos Gaspar